O Reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Felipe Muller, e o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), José Rubens Rebelatto, assinaram o Termo de Adesão do HUSM à Ebserh. A partir dessa data o HUSM - pertencente a Universidade Federal de Santa Maria - passou a ser administrado pela Ebserh.
Capa do Diário de Santa Maria trazia como manchete o futuro do HUSM com a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Reportagem de Pedro Pavan anunciava que em 29 de novembro, em reunião ordinária na reitoria, os conselheiros do HUSM votariam pela adesão ou não Ebserh, apresentava a diferença de regimes de trabalho e trazia a opinião de lideranças regionais sobre o assunto.
Médicos residentes do HUSM encaminharam à Reitoria um comunicado manifestando a situação considerada “precária” do Hospital, e indicando um prazo de sete dias para que fossem implementadas medidas emergenciais e um plano de ação de longo prazo de gestão, caso contrário haveria a suspensão das atividades. A situação do Hospital Universitário de Santa Maria, com inúmeras restrições de pessoal, era semelhante à dos demais hospitais universitários do Brasil, o que afetava diretamente a qualidade e a diversidade dos atendimentos de saúde prestados à população.
A comitiva de médicos residentes do HUSM foi recebida pela Reitor Felipe Müller, e pelo vice-reitor, Dalvan Reinert, no Gabinete do reitor. Cerca de um mês depois, a UFSM adere a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
O Diário de Santa Maria traz na capa uma notícia muito aguardada na Região Central do Rio Grande do Sul: o início das obras da Central de UTIs do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).
O repórter Pedro Pavan apresenta como será a obra da Central de UTIs, o quantitativo de leitos e a previsão de funcionamento.
O atendimento prestado pelo Ambulatório de Fisioterapia do HUSM aos pacientes vítimas do incêndio da Boate Kiss foi tema da reportagem de Maurício Araújo.
Imprensa anuncia o mutirão que será formado no HUSM para atender vítimas do incêndio da Boate Kiss.
O Hospital Universitário de Santa Maria cria o Centro Integrado de Atendimento às Vítimas de Acidente (CIAVA). O centro – que contou com a parceria dos governos Federal, Estadual e Municipal – oferece monitoramento multiprofissional a pacientes e familiares vítimas do incêndio da Boate Kiss, que buscam retomar a rotina de trabalho e convívio social.
O projeto inicial previa acompanhamento das vítimas por cinco anos, mas o hospital se comprometeu em oferecer consultas a qualquer tempo, sempre que o paciente necessitar.
No primeiro ano do CIAVA, foram investidos R$ 1,6 milhões do Ministério da Saúde para compra de equipamentos e contratação de profissionais.
“ Ao termino da primeira semana pós-tragédia, estabelecida a extensão e gravidade da catástrofe, autoridades do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde solicitam ao hospital que organizasse um centro para acompanhamento de todas as vítimas. E assim, cerca de vinte dois dias depois do desastre foi colocado em atividade o CENTRO INTEGRADO DE ATENÇÃO ÀS VÍTIMAS DE ACIDENTE – CIAVA. Com a finalidade emergente de atender as vítimas do acidente na boate em Santa Maria, o centro passou a funcionar nas dependências do Hospital Universitário de Santa Maria – HUSM. A proposta é de que este Centro permanente, passado o período emergencial de atendimento às vítimas do incêndio com inalação tóxica, se consolide como centro de atenção, pesquisa e capacitação para outros acidentes que já ocorrem ou venham a ocorrer, como eventos de massa.” Elaine Resener, Superintendente do HUSM.
Poucas horas após a trágica madrugada de 23 de janeiro, o Hospital Universitário de Santa Maria já estava mobilizado para atender as vítimas do Incêndio da Boate Kiss. Foram organizados mutirões com trabalhadores da saúde do hospital e voluntários, que chegavam de todos os estados brasileiros.
O atendimento às vítimas foi dividido em três fases. Para a primeira – a chamada fase de urgência – se somaram à equipe do HUSM, 66 voluntários entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras integrantes da Força Nacional do SUS. Muitos profissionais seguiram atuando na fase hospitalar, que durou em média 60 dias.
Durante os mutirões no HUSM foram realizados 1.658 atendimentos, sendo 1.309 consultas e 349 exames.
Atualmente, 8 anos depois da tragédia, o número de atendimentos ultrapassa 20 mil entre exames e consultas na especialidades de Pneumologia, Fisioterapia, Nutrição, Clínica Médica, Neurologia, Oftalmologia, psicologia, psiquiatria, Serviço Social, Fonoaudiologia, cirurgia reparadora, Terapia Ocupacional e Enfermagem.
“Durante a fase de atendimento emergencial, aproximadamente seis horas após o início do incêndio, o diretor clínico do hospital passou a fazer parte da equipe inter institucional de gestão da crise organizada e coordenada pelas instâncias governamentais da saúde local, estadual e nacional. Outros dois diretores, a de Enfermagem e o Administrativo, permaneceram no comando institucional do atendimento e, junto com os demais membros do núcleo de gerenciamento interno, dentre eles fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, passam a definir as ações prioritárias. Medidas de controle de fluxo dos familiares, voluntários, órgãos de imprensa são adotadas com vistas a evitar interferência nos processos de atendimento das equipes. Assistentes sociais e psicólogos são escalados a permanecer na recepção da emergência para auxiliar nas orientações e encaminhamentos da população que buscava por informações sobre vítimas não localizadas. Ainda nas primeiras horas do socorro, as listas com os registros de entrada nos hospitais, pronto-atendimentos e ambulatórios da cidade passaram a ser compartilhadas com a finalidade de direcionar os familiares e população em geral. Aproximadamente oito horas após a recepção da primeira vítima no nosso hospital foi emitido o primeiro boletim oficial dos atendimentos prestados. Durante o primeiro dia, foram atendidas 120 vítimas que inalaram a fumaça tóxica. Antes mesmo de completar 24h do início da tragédia, observou-se que alguns casos atendidos nas horas imediatas ao incêndio e liberados para observação em casa, retornavam a emergência com exacerbação dos sintomas respiratórios, fato que deixou as equipes em alerta máximo, ocasionando revisão na conduta para liberação e consequente aumento na disponibilidade de leitos extra. Os casos mais graves como grandes queimados e vítimas que necessitavam de ventilação mecânica além de toda estrutura de UTI eram estabilizadas e transferidas a porto Alegre onde foram disponibilizados leitos de alta complexidade.” Elaine Resener, superintendente do HUSM.